sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

ANGELOLOGIA - A DOUTRINA DOS ANJOS part.2

Na iconografia comum, os anjos geralmente têm asas de pássaro e uma auréola. São donos de uma beleza delicada e de um forte brilho, e por vezes são representados como uma criança, por terem inocência e virtude.
Os relatos bíblicos e a hagiografia cristã contam que os anjos muitas vezes foram autores de fenômenos miraculosos, e a crença corrente nesta tradição é que uma de suas missões é ajudar a humanidade em seu processo de aproximação a Deus.
Os anjos são ainda figuras importantes em muitas outras tradições religiosas do passado e do presente, e o nome de "anjo" é dado amiúde indistintamente a todas as classes de seres celestes. Os muçulmanos, zoroastrianos, espíritas, hindus e budistas, todos aceitam como fato sua existência, dando-lhes variados nomes, mas às vezes são descritos como tendo características e funções bem diferentes daquelas apontadas pela tradição judaico-cristã, esta mesma apresentando contradições e inconsistências, de acordo com os vários autores que se ocuparam deste tema. O Espiritismo faz uma descrição em muito semelhante à judaico-cristã, considerando-os seres perfeitos que atuam como mensageiros dos planos superiores. Dentro do Cristianismo Esotérico e da Cabala, são chamados de anjos aos espíritos num grau de evolução imediatamente superior ao do homem e imediatamente inferior ao dos arcanjos. Para os muçulmanos alguns anjos são bons, outros maus, e outras classes possuem traços ambíguos. No Hinduísmo e no Budismo são descritos como seres autoluminosos, donos de vários poderes, sendo que alguns são dotados de corpos densos e capazes de comer e beber. Já os teosofistas afirmam que existem inumeráveis classes de anjos, com variadas funções, aspectos e atributos, desde diminutas criaturas microscópicas até colossos de dimensões planetárias, responsáveis pela manutenção de uma infinidade de processos naturais. Além disso a cultura popular em vários países do mundo deu origem a um copioso folclore sobre os anjos, que muitas vezes se afasta bastante da descrição mantida pelos credos institucionalizados dessas regiões.


Tronos ou Ofanins


Os Tronos têm seu nome derivado do grego thronos, que significa "anciãos". São chamados também de erelins ou ofanins, ou algumas vezes de Sedes Dei (Trono de Deus), e são identificados com os 24 anciãos que perpetuamente se prostram diante de Deus e a Seus pés lançam suas coroas.[15] São os símbolos da autoridade divina e da humildade, e da perfeita pureza, livre de toda contaminação.[14]


 Segunda Tríade
A 2ª Ordem é composta pelos Príncipes da Corte celestial.

 Dominações

As Dominações ou Domínios (do latim dominationes) têm a função de regular as atividades dos anjos inferiores, distribuem aos outros anjos as funções e seus mistérios, e presidem os destinos das nações. Crê-se que as Dominações possuam uma forma humana alada de beleza inefável, e são descritos portando orbes de luz e cetros indicativos de seu poder de governo. Sua liderança também é afirmada na tradução do termo grego kyriotes [küriotés], que significa "senhor", aplicado a esta classe de seres.
São anjos que auxiliam nas emergências ou conflitos que devem ser resolvidos logo. Também atuam como elementos de integração entre os mundos materiais e espirituais, embora raramente entrem em contato com as pessoas.

 Virtudes

As Virtudes são os responsáveis pela manutenção do curso dos astros para que a ordem do universo seja preservada. Seu nome está associado ao grego dunamis, significando "poder" ou "força", e traduzido como "virtudes" em Efésios 1:21, e seus atributos são a pureza e a fortaleza. O Pseudo-Dionísio diz que eles possuem uma virilidade e poder inabaláveis, buscando sempre espelhar-se na fonte de todas as virtudes e as transmitindo aos seus inferiores.
Orientam as pessoas sobre sua missão. São encarregados de eliminar os obstáculos que se opõe ao cumprimento das ordens de Deus, afastando os anjos maus que assediam as nações para desviá-las de seu fim, e mantendo assim as criaturas e a ordem da Divina providência. Eles são particularmente importantes porque têm a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as Virtudes derramam bênçãos do alto, frequentemente na forma de milagres. São sempre associados com os heróis e aqueles que lutam em nome de Deus e da verdade. São chamados quando se necessita de coragem.

 Potestades

As Potestades ou Potências são também chamadas de "condutores da ordem sagrada". Executam as grandes ações que tocam no governo universal. Eles são os portadores da consciência de toda a humanidade, os encarregados da sua história e de sua memória coletiva, estando relacionados com o pensamento superior - ideais, ética, religião e filosofia, além da política em seu sentido abstrato.
Também são descritos como anjos guerreiros completamente fiéis a Deus. Seus atributos de organizadores e agentes do intelecto iluminado são enfatizados pelo Pseudo-Dionísio, e acrescenta que sua autoridade é baseada no espelhamento da ordem divina e não na tirania. Eles têm a capacidade de absorver e armazenar e transmitir o poder do plano divino, donde seus nomes.
Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. São também os guardiões dos animais.

 Terceira Tríade

A 3ª Ordem é composta pelos anjos ministrantes, que são encarregados dos caminhos das nações e dos homens e estão mais intimamente ligados ao mundo material.

 Principados




Guido Reni: São Miguel, 1636
Os Principados, do latim principatus, são os anjos encarregados de receber as ordens das Dominações e Potestades e transmití-las aos reinos inferiores, e sua posição é representada simbolicamente pela coroa e cetro que usam. Guardam as cidades e os países. Protegem também a fauna e a flora. Como seu nome indica, estão revestidos de uma autoridade especial: são os que presidem os reinos, as províncias, e as dioceses, e velam pelo cultivo de sementes boas no campo das ideologias, da arte e da ciência.

 

 Arcanjos

O nome de arcanjo vem do grego αρχάγγελος, arkangélos, que significa "anjo principal" ou "chefe", pela combinação de archō, o primeiro ou principal governante, e άγγελος, aggělǒs, que quer dizer "mensageiro". Este título é mencionado no Novo Testamento por duas vezes e a esta ordem pertencem os únicos anjos cujos nomes são conhecidos através da Bíblia: Miguel, Rafael e Gabriel. Miguel é especificamente citado como "O" arcanjo, ao passo que, embora se presuma pela tradição que Gabriel também seja um arcanjo, não há referências sólidas a respeito. Rafael descreve a si mesmo como um dos sete que estão diante do Senhor]  classe de seres mencionada também no Apocalipse.[18].

Considerado canônico somente pela Igreja Ortodoxa da Etiópia, o Livro de Enoque fala de mais quatro arcanjos, Uriel, Ituriel, Amitiel e Samuel, responsáveis pela vigilância universal durante o perído dos Nefilim, os "anjos caídos". Contudo em outras fontes apócrifas estes são por vezes ditos como querubins. A igreja Ortodoxa faz de Uriel um arcanjo e o festeja com Rafael, Gabriel e Miguel na Synaxis de Miguel e os outros Poderes Incorpóreos, em 21 de novembro[19].
Seu caráter de mensageiros, ou intermediários, é assinalada pelo seu papel de elo entre os Principados e os Anjos, interpretando e iluminando as ordens superiores para seus subordinados, além de inspirar misticamente as mentes e corações humanos para execução de atos de acordo com a vontade divina[20]. Atuam assim como arautos dos desígnios divinos, tanto para os Anjos como para os homens, como foi no caso de Gabriel na Anunciação a Maria. A cultura popular faz deles protetores dos bons relacionamentos, da sabedoria e dos estudos, e guerreiros contra as ações do Diabo.

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